Ausência de sentimento

Ausência de sentimento

Sentado em frente ao computador com um pacote de biscoitos passatempo do lado, escrevo algo no Word e apago, escrevo de novo, coloco as mãos no queixo paro e penso, penso mais um pouco, apago tudo que escrevi. Uma cabeça sem idéias e uma vontade louca de escrever, escrever alguma coisa que consiga explicar pra mim mesmo isso que sinto.
Essa merda que ao mesmo tempo em que me incomoda muito, também não é nada. Essa sensação de não tumulto, de que eu não causo nada ao meu redor, que nada se move quando eu passo. Na falta do que escrever resolvi escrever esse texto de bosta que só fala do nada que eu tenho pra fazer. Um saco ler isso né? Eu sei, não foi isso que os livros de auto-ajuda me ensinaram, foi algo mais parecido com: As pessoas não gostam de quem reclama da vida, as pessoas gostam de quem gosta de si mesmo. Gostar de mim mesmo eu até gosto, eu só não gosto do que vivo agora.
Eu queria que as coisas fossem fáceis como são quando a gente fala, por exemplo: Ano novo, vida nova. Trinta e um de dezembro, primeiro de janeiro e pá, todos os seus problemas resolvidos ou seu dinheiro de volta. Mas as coisas precisam de tempo pra se resolverem, e esse tempo é o que me mata, não sei se todo o tempo que as coisas levam pra acontecer sirva de lição pra gente, as vezes ele é apenas o tempo, sem muito a nos ensinar. Às vezes já estamos prontos pra o que queremos, só não temos condições de tê-lo, não ainda.
E nesse meio tempo sem lição nenhuma, a gente se sente idiota, criança, mais um pouco idiota, depois criança de novo e por fim, idiota outra vez. É um ótimo texto pra quem queria começar o ano se sentindo vivo, parabéns pra mim. Isso só prova a explicação anterior.
Por hoje basta, já falei demais de mim, e isso ainda me dá medo. Volto quando realmente tiver um assunto interessante pra dividir.

Walter Filho

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